Quadragésima

(latim, a quadragésima).

Quadragésima designa um período de preparação por jejum e oração, para imitar o exemplo de Cristo (Mateus 4). Muitos destes períodos foram observados pelos primeiros cristãos, a saber, antes do Natal, Páscoa, e da festa de S. João Batista; os gregos têm quatro, os maronitas seis, e os armênios oito (Du Cange, “Gloss.”). O principal, antes da Páscoa, é muito conhecido. É mencionado no quinto cânone do Concílio de Nicéia, no sexagésimo nono dos Cânones Apostólicos, e no Peregrinação de Ætheria (Duchesne, 499). Na Igreja Anglo-Saxônica as missas eram rezadas no fim das tardes nos dias da semana da Quadragésima e as refeições eram feitas apenas perto do pôr do sol (Rock, IV, 76). De acordo com o Rito Romano, os feriæ (n.d.t.: feriados) desse tempo, começando com a Quarta-feira de Cinzas, eram maiores (ver FÉRIA). O período tem um prefácio próprio. Nas missas feriais uma oração especial é acrescentada após o ordinário pós-comunhão, com o convite: “Humiliate capita vestra Deo”. Oitavas são proibidas, e se, por uma concessão especial, elas forem permitidas devem ser interrompidas aos domingos. O primeiro domingo da Quaresma, conhecido como Invocabit devido à primeira palavra do Intróito, é para os gregos uma comemoração da veneração das imagens (19 fev., 842). Para a Gália era a jour de bures ou fête deu brandons e para a Alemanha Funkentag ou Hallfeuer, porque nesse dia os jovens corriam pelas ruas com tochas acessas (Nilles, II, 102). O segundo domingo, Reminiscere, foi marcado pelos gregos como vacat (Nilles, II, 122). O terceiro domingo, Oculi, era para os gregos Adoratio Crucis com uma cerimônia similar à dos latinos na Sexta-feira Santa. Para os boêmios era o Ned. Kychávná em memória da praga do espirro do fim do século VI e da Litania septiformis de Gregório Magno. Os domingos remanescentes, Lætare, Paixão e Domingo de Ramos. (Ver também QUARESMA; SEPTUAGÉSIMA.)

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