O nome de Deus em árabe.

É uma palavra composta do artigo, ‘al, e ilah, divindadey, e significa “o deus” por excelência. Esta forma do nome divino é em si uma prova certa de que ilah era a um tempo apelativa, comum a todos os deuses locais e tribais. Gradualmente, com a adição do artigo, ela foi restringida a um deles que tomou precedência dos outros; finalmente, com o triunfo do monoteísmo, Ele foi reconhecido como o único Deus verdadeiro.

De uma forma ou de outra esta raiz hebraica ocorre em todas as línguas semíticas como uma designação da Divindade; mas tenha sido ela originalmente um nome próprio, apontando para um monoteísmo primitivo, com um desvio subsequente no politeísmo e posterior reabilitação, ou tenha sido desde o começo um apelativo que se tornou um nome próprio apenas quando os semitas alcançaram o monoteísmo é uma questão de muito debate. É certo, entretanto, que antes do tempo do de Maomé, devido ao seu contato com os judeus e cristãos, os árabes eram no geral monoteístas.

A noção de Allah na teologia árabe é substancialmente a mesma que aquela de Deus entre os judeus, e também entre os cristãos, com exceção da Trindade, que é positivamente excluída no Corão, cxii: “Diz Deus, é um Deus, o Deus eterno, ele não gerou, nem ele foi gerado e não há outro semelhante a ele.”

Seus atributos, negados pelos heterodoxos Motazilitas, são noventa e nove em número. Cada um deles é representado por uma conta no rosário muçulmano, sendo que na centésima e maior conta, o próprio nome de Allah é pronunciado.

É absurdo afirmar com Curtiss (Ursemitische Religion, 119) que as tribos nômades da Arábia, considerem seriamente a Oum-el-Gheith, “mãe da chuva”, como a noiva de Allah e ainda que a expressão usasse de uma tal linguagem simbólica não prejudicaria, minimamente, a pureza do monoteísmo professado pro aquelas tribos. (Cf. Revue Biblique, out., 1906, 580 sqq.)

Note-se que embora Allah seja um termo árabe, é usado por todos os muçulmanos, seja qual for a sua língua, como o nome de Deus.