(Hebraico helel; Septuaginta heosphoros, Vulgata lucifer)
O nome Lucifer originalmente denotava o planeta Vênus, enfatizando o seu brilho. A Vulgata emprega a palavra também para “a luz da manhã” (Jó 11:17), “os signos do zodíaco” (“as constelações” em algumas traduções) (Jó 38:32), e “a aurora” (Salmos 109:3). Metaforicamente, a palavra é aplicada ao Rei da Babilônia (Isaías 14:12) como preeminente dentre os príncipes de seu tempo; ao sumo sacerdote Simão filho de Onias (Eclesiástico 50:6), por sua incomparável virtude, à glória dos céus (Apocalipse 2:28), por razão de sua excelência; finalmente ao próprio Jesus Cristo (2 Pedro 1:19; Apocalipse 22:16; no “Exultet” do Sábado Santo) a verdadeira luz de nossa vida espiritual.
A versão Siríaca e a versão de Áquila derivam do substantivo hebraico helel do verbo yalal, “lamentar”; S. Jerônimo concorda com eles (em Isaías 1, 14), e usa Lúcifer como o nome do principal anjo caído que deve lamentar a perda do brilho original de sua glória como a estrela da manhã. Na tradição cristã este significado de Lúcifer prevaleceu; os Padres sustentam que Lúcifer não é o nome próprio do diabo, mas denota apenas o estado do qual ele decaiu (Petavius, De Angelis, III, iii, 4).