Domingo da Trindade

O primeiro domingo após Pentecostes, instituído em honra da Santíssima Trindade. No começo da Igreja nenhum ofício ou dia especial foi designado à Santíssima Trindade. Quando a heresia ariana se espalhou os Padres prepararam um ofício com cânticos, respostas, um Prefácio, e hinos, a serem recitados aos domingos. No Sacramentário de S. Gregório Magno (P.L., LXXVIII, 116) há orações e um Prefácio da Trindade. As Micrologias (P.L., CLI, 1020), escritas durante o pontificado de Gregório VII (Nilles, II, 460), chamam o domingo posterior a Pentecostes de um Dominica vacans (um domingo vago), sem qualquer ofício especial, mas acrescenta que em alguns lugares eles recitavam o Ofício da Santíssima Trindade composto pelo bispo Estêvão de Liège (903-20). Por outros o ofício era rezado no domingo anterior ao Advento. Alexandre II (1061-1073), não o III (Nilles, 1. c.), recusou uma petição por um festejo especial alegando que tal festa não era um costume na Igreja Romana a qual diariamente honrava a Santíssima Trindade através do Glória ao Pai, etc., mas ele não proibiu a celebração onde ela já existisse. João XXII (1316-1334) ordenou a festa para toda a Igreja no primeiro domingo após o Pentecostes. Um novo ofício foi feito pelo franciscano John Peckham, Cônego de Lyons, mais tarde Arcebispo de Canterbury (m. 1292). A festa, que inicialmente era considerada de segunda classe foi elevada à dignidade de uma festa principal, de primeira classe, em 24 de julho de 1911, por Pio X (Acta Ap. Sedis, III, 351). Os gregos não têm um festejo especial. Visto que foi após o primeiro grande Pentecostes que a doutrina da Trindade foi proclamada ao mundo, a festa passou a se seguir àquela de Pentecostes.

Fontes

NILLES, Kal. man. (Innsbruck, 1897); BINTERIM, Denkwürdig keiten, I. 264; KELLNER, Heortology (London, 1908). 116; BÄUMER, Geschichte des Breviers (Freiburg, 1895), 298.