Teólogo e exegeta português, n. em Vila do Conde (Província Entre-Minho-e-Douro), 1530; m. em Arona (Itália), 30 de dez. de 1596. Ele se destacou como estudante na Universidade de Coimbra, e com a idade de quinze anos entrou para a Companhia de Jesus. Pouco depois disso ele ensinou filosofia, primeiro em Coimbra, e depois em Gandia, onde ele também atuou como tutor de S. Francisco Borgia, o então Duque de Gandia. Em 1557, ele se tornou um dos primeiros professores da Faculdade Romana, e comentou por dois anos as profecias de Oséias e a “Summa” de S. Tomás. Exaurido por seus trabalhos, ele interrompeu suas lições, e visitou as casas da Companhia na Toscana. Com a saúde restaurada, ele retornou à Faculdade Romana, onde ele ocupou a cadeira de exegese, e encontrou tempo para realizar missões em vários lugares, pregando com uma eloquência verdadeiramente apostólica. Sua reputação para o saber induziu Pio V a indicálo como um membro da comissão encarregada de preparar uma edição autêntica da Septuaginta. Isto não o impediu de continuar seus trabalhos apostólicos e fundar diversas casas de sua ordem na Alta Itália. Depois de residir por um tempo em Gênova, ele se retirou para a casa professa de Arona (Diocese de Milão), onde faleceu. Suas obras exegéticas são: “Scholia in Quatuor Evangelia” (Antuérpia, 1596), e “Notationes in totam Scripturam Sacram” (Antuérpia, 1598), ambas tendo passado por várias edições. Embora breves, as anotações de Sá claramente estabeleceram o senso literal do Texto Sagrado, e evidenciaram uma sólida erudição, a despeito de pequenas imprecisões que foram bruscamente repreendidas pelos críticos protestantes. Seu tratado teológico entitulado “Aphorismi Confessariorum ex Doctorum sententiis collecti” (Veneza, 1595), embora notável, foi censurado em 1603, aparentemente porque o Mestre do Sacro Palácio tratou algumas das suas máximas como contrárias às opiniões comumente recebidas entre os teólogos, mas foi posteriormente corrigido e recentemente removido do Índex Romano (1900). A vida de João Texeda, o confessor capuchinho de S. Francisco Borgia, quando Duque de Gandia, escrita por Sá, não foi publicada.